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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Valfrido Silva

Valfrido Pereira da Silva (1904-1972), natural do Rio de Janeiro, obteve grandes êxitos na música brasileira enquanto baterista, compositor e cantor. Tocando em cassinos, cabarés, fazendo fundo musical em cinema mudo e integrando orquestras, Valfrido Silva se consolidou enquanto músico passando a atuar em importantes gravações como O teu cabelo não nega, Linda Morena e Cidade Maravilhosa ao lado de músicos como Pixinguinha e em famosas formações como “Os Diabos do Céu”. Com a gravação do fox-blue Preludiando (1934), acompanhando a pianista Carolina Cardoso de Meneses, Valfrido Silva foi o primeiro baterista brasileiro a ter seu nome registrado em disco.

Valfrido Silva (1904 - 1972)

Sua composição O tic-tac do meu coração foi gravada em 1935 pela estrela Carmen Miranda, que mais tarde cantaria a mesma canção no filme americano A minha secretária brasileira, tornando Valfrido um dos primeiros compositores brasileiros com projeção internacional. Ainda como compositor fez parcerias com importantes figuras da nossa música como Noel Rosa, Almirante, entre outros. Fez turnê pelo exterior com Derci Gonçalves na década de 1940, e em 1959 gravou o LP Gafieira com o pianista Gadé, com instrumentação somente à bateria e piano. 


Referências:
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

BARSALINI, Leandro. As Sínteses de Edson Machado: Um Estudo sobre os padrões de Samba na bateria. Campinas, Unicamp, 2009.

GIL-MONTEIRO, Martha. Carmen Miranda: a pequena notável. Círculo do Livro LTDA., 1989.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

J. Tomás

Joaquim Silveira Tomás (Rio de Janeiro: 1898 - 1948) é uma importante figura na história da bateria e da música brasileira, uma vez que além integrar o importante grupo de Pixinguinha, os Oito Batutas, pode ser considerado um dos primeiros bateristas brasileiro. Isso se deve ao fato de que após uma turnê por Paris em 1922, o grupo traz uma bateria para J. Tomás que não havia viajado com o grupo por problemas saúde. A bateria foi comprada pelo milionário Arnaldo Guinle (que viajava com o grupo pela França) e a partir de então passou a ser incorporada no repertório dos “batutas”. Com isso, J. Tomás que anteriormente tocava instrumentos de percussão no grupo, assume o posto de baterista, tendo como referência o norte-americano Harry Kosarin que esteve pelo Brasil a partir de meados de 1919 trazendo a novidade da bateria.

Os Oito Batutas na Argentina em 1923

Por conta de desentendimentos no grupo Oito Batutas em uma turnê pela Argentina em 1923, J. Tomás forma o conjunto Os Oito Cotubas (juntamente com Donga e Nelson Alves, egressos do grupo de Pixinguinha), onde segue como baterista além de divulgar composições próprias. O grupo que tocava em eventos frequentados por um público de classes média e alta, aderiu ao estilo das jazz bands na instrumentação, no repertório e nos trajes em busca de modernidade. Vale elucidar que neste período, ainda não havia algum gênero musical fixado popularmente a ponto de representar uma identidade de cultura nacional, portanto, o repertório destes grupos musicais era geralmente composto por um mix de músicas regionais e internacionais. Com o grande sucesso que J. Tomás obteve, formou sua própria orquestra chamada Brazilian Jazz, que posteriormente contou com Ary Barroso no piano.


Referências:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

BARSALINI, Leandro. As Sínteses de Edson Machado: Um Estudo sobre os padrões de Samba na bateria. Campinas, Unicamp, 2009.

CABRAL, Sérgio. No tempo de Ary Barroso. Editora Lazuli LTDA, 2016.

SEVERIANO, Jairo. Uma história da música popular brasileira: das origens à modernidade. São Paulo: Ed. 34, 2008.

TINHORÃO, José Ramos. História Social da Música Popular Brasileira. São Paulo: Editora 34, 1998.

O que é o "Batucada Fantástica"?




Luciano Perrone (1963)
Olá! É com muita batucada que iniciamos essa jornada pela história musical da bateria brasileira. E ao criar um espaço favorável para se compartilhar arquivos e informações sobre este instrumento,  sobre nossos primeiros bateristas e o grande legado musical deixado por eles, nada mais justo do que nomea-lo em forma de homenagem àquele que é reconhecido como o pai da bateria brasileira: Luciano Perrone. Nascido em 1908 no Rio de Janeiro, Perrone não foi o primeiro baterista brasileiro mas certamente faz parte do pequeno grupo de bateristas da primeira geração e se consagrou com uma longa carreira, atuando com maestria em diversas gravações, turnês, programas de rádio, trazendo significativas contribuições para o desenvolvimento da bateria no Brasil. Em 1963 lançou o primeiro disco de uma série de 03 volumes, nomeado "Batucada Fantástica", registrando diversos rítmos brasileiros, tocados por uma variedades de instrumentos percussivos (pelo grupo "Ristmistas Brasileiros") incluindo a bateria, executada pelo próprio Perrone. Tal trabalho acabou se tornando objeto de estudos para muitos pesquisadores da música brasilera. Pouco a pouco falaremos sobre cada um de nossos primeiros mestres, sobre a introdução do instrumento no Brasil, as primeiras gravações, curiosidades e muito mais. Fique à vontade para navegar no conteúdo, compartilhar, tirar dúvidas e acrescentar com seus conhecimentos. Até a próxima batucada!

Rubinho Barsotti

Natural de São Paulo, nascido em 16 de outubro de 1932, Rubens Alberto Barsotti iniciou sua carreira musical dando canjas em casas noturnas...