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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

J. Tomás

Joaquim Silveira Tomás (Rio de Janeiro: 1898 - 1948) é uma importante figura na história da bateria e da música brasileira, uma vez que além integrar o importante grupo de Pixinguinha, os Oito Batutas, pode ser considerado um dos primeiros bateristas brasileiro. Isso se deve ao fato de que após uma turnê por Paris em 1922, o grupo traz uma bateria para J. Tomás que não havia viajado com o grupo por problemas saúde. A bateria foi comprada pelo milionário Arnaldo Guinle (que viajava com o grupo pela França) e a partir de então passou a ser incorporada no repertório dos “batutas”. Com isso, J. Tomás que anteriormente tocava instrumentos de percussão no grupo, assume o posto de baterista, tendo como referência o norte-americano Harry Kosarin que esteve pelo Brasil a partir de meados de 1919 trazendo a novidade da bateria.

Os Oito Batutas na Argentina em 1923

Por conta de desentendimentos no grupo Oito Batutas em uma turnê pela Argentina em 1923, J. Tomás forma o conjunto Os Oito Cotubas (juntamente com Donga e Nelson Alves, egressos do grupo de Pixinguinha), onde segue como baterista além de divulgar composições próprias. O grupo que tocava em eventos frequentados por um público de classes média e alta, aderiu ao estilo das jazz bands na instrumentação, no repertório e nos trajes em busca de modernidade. Vale elucidar que neste período, ainda não havia algum gênero musical fixado popularmente a ponto de representar uma identidade de cultura nacional, portanto, o repertório destes grupos musicais era geralmente composto por um mix de músicas regionais e internacionais. Com o grande sucesso que J. Tomás obteve, formou sua própria orquestra chamada Brazilian Jazz, que posteriormente contou com Ary Barroso no piano.


Referências:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

BARSALINI, Leandro. As Sínteses de Edson Machado: Um Estudo sobre os padrões de Samba na bateria. Campinas, Unicamp, 2009.

CABRAL, Sérgio. No tempo de Ary Barroso. Editora Lazuli LTDA, 2016.

SEVERIANO, Jairo. Uma história da música popular brasileira: das origens à modernidade. São Paulo: Ed. 34, 2008.

TINHORÃO, José Ramos. História Social da Música Popular Brasileira. São Paulo: Editora 34, 1998.

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