Joaquim Silveira Tomás (Rio
de Janeiro: 1898 - 1948) é uma importante figura na história da bateria e da
música brasileira, uma vez que além integrar o importante grupo de Pixinguinha,
os Oito Batutas, pode ser considerado um dos primeiros bateristas brasileiro. Isso se deve ao fato de que após uma turnê por
Paris em 1922, o grupo traz uma bateria para J. Tomás que não havia viajado com
o grupo por problemas saúde. A bateria foi comprada pelo milionário Arnaldo
Guinle (que viajava com o grupo pela França) e a partir de então passou a ser
incorporada no repertório dos “batutas”. Com isso, J. Tomás que anteriormente tocava
instrumentos de percussão no grupo, assume o posto de baterista, tendo como referência
o norte-americano Harry Kosarin que esteve pelo Brasil a partir de meados de
1919 trazendo a novidade da bateria.
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Os Oito Batutas na Argentina em 1923 |
Por conta de desentendimentos
no grupo Oito Batutas em uma turnê pela
Argentina em 1923, J. Tomás forma o conjunto Os Oito Cotubas (juntamente com Donga e Nelson Alves, egressos do
grupo de Pixinguinha), onde segue como baterista além de divulgar composições próprias.
O grupo que tocava em eventos frequentados por um público de classes média e
alta, aderiu ao estilo das jazz bands na
instrumentação, no repertório e nos trajes em busca de modernidade. Vale
elucidar que neste período, ainda não havia algum gênero musical fixado popularmente
a ponto de representar uma identidade de cultura nacional, portanto, o
repertório destes grupos musicais era geralmente composto por um mix de músicas regionais e
internacionais. Com o grande sucesso que J. Tomás obteve, formou sua própria
orquestra chamada Brazilian Jazz, que
posteriormente contou com Ary Barroso no piano.
Referências:
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular
Brasileira. Rio de Janeiro, Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural
Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
BARSALINI,
Leandro. As Sínteses de Edson Machado: Um Estudo sobre os padrões de Samba na
bateria. Campinas, Unicamp, 2009.
CABRAL, Sérgio. No tempo de Ary Barroso. Editora Lazuli LTDA, 2016.
SEVERIANO, Jairo. Uma
história da música popular brasileira: das origens à modernidade. São Paulo:
Ed. 34, 2008.
TINHORÃO, José Ramos.
História Social da Música Popular
Brasileira. São Paulo: Editora 34, 1998.
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